domingo, 4 de maio de 2008

Sofrologia Brasil: Matéria publicada no Diário do Nordeste - Fortaleza/Brasil


O Jornal Diário do Nordeste, com circulação em Fortaleza-CE, publicou nesta edição de Domingo (04/05/2008) uma matéria falando da Sofrologia e da visita de William Bonnet em Fortaleza. A matéria assinada pela jornalista Giovana Sampaio traz um panorama da sofrologia e suas aplicações.


Leia a matéria abaixo ou clique aqui para ir direto à página do Diário do Nordeste:


Acesso ao bem-estar


A ciência aplicada ao estudo da consciência humana começa a ser difundida no Brasil. Sugestionadas pela palavra, muitas pessoas pensam que se trata de uma forma de ensinar a sofrer, ou que se constitui em mais uma técnica de relaxamento, respiração ou hipnose. A Sofrologia (do grego sos= harmonia; phren=consciência), embora seja uma ciência que ainda dê seus primeiros passos no Brasil, já tem sua aplicação terapêutica - por médicos e psicólogos - amplamente difundida na Europa, especialmente na França, Espanha e Suiça.


Definida como ciência aplicada ao estudo da consciência humana, a Sofrologia, definitivamente, não se aprende em livros: é preciso vivenciá-la na prática cotidiana. Foi partindo dessa premissa que o psicólogo e sofrólogo Willian Bonnet, diretor da Escola de Somaterapia e Sofrologia da Universidade de Tours, França, esteve em meados de abril, em Fortaleza, para difundir as bases científicas do método e lançar a semente para a criação da Escola de Sofrologia no Brasil. Entusiasta do método que ajudou a implantar no Brasil há pouco mais de cinco anos, Willlian Bonnet divide atualmente o tempo entre o atendimento de seus pacientes, na França (Tours) e Brasil (Recife), desenvolvendo em ambos atividades terapêuticas que favorecem o acesso do indivíduo ao bem-estar e à serenidade.


Além de Bonnet, em Recife (onde atende a cada dois meses), o grupo de terapeutas sofrólogos em atividade no Brasil é composto pelo psiquiatra Antony Gentil, em São Paulo, e a terapeuta Tereza Mara Valette, em Fortaleza, formada pelo Instituto Catholique de Paris e o Instituto Europeu de Pesquisa em Sofrologia e Psicoterapia (IERSP).


Corpo e mente


Desde que o mundo é mundo, o homem tenta escapar do sofrimento, afastar a doença e prolongar a vida. Muitas vezes - e não são poucas - o corpo e a mente respondem a este apelo/busca na forma de uma série de doenças. A exemplo da medicina psicossomática, o método sofrológico se apresenta como uma maneira diferenciada de tratar o paciente. Mas como? A ciência criada pelo médico Lazaro Alfonso Cayedo se baseia no estudo de uma modificação do comportamento e os níveis de vigilância do indivíduo. As mudanças podem ser alcançadas com procedimentos símples, desmistificados de qualquer tipo de conotação religiosa, diz Bonnet, membro da Associação Internacional de Somatoterapia.


Método sofrônico


Auxiliar a gestante, quando submetida a uma cirurgia cesárea, a receber a anestesia da forma mais suave possível, é uma das mais freqüentes aplicações da Sofrologia realizadas, atualmente, pela classe médica européia. Mas o uso do método sofrônico é infinitamente mais vasto, sendo empregado com excelentes resultados no tratamento de inúmeras enfermidades do corpo (fribromialgia, psoríase, diverticulites) e da mente (estresse psicossomático, fobias).


Durante uma sessão terapêutica, até o momento em que o paciente alcança o nível sofroliminar (consciente de tudo ao seu redor, entre o estado de vigília e o sono), é submetido a uma série de exercícios de relaxamento. Como explica Bonnet, sofronização é o processo no qual o terapeuta age sobre a consciência do paciente a fim de obter respostas do corpo e da mente. Poucas pessoas sabem respirar, pois isso traz sensação que elas tem medo de sentir. É o que descreve a médica portuguesa Frida Ergas, autora de uma dos únicas obras sobre o tema na língua portuguesa Viver sem estresse com o método sofrológico (Editora Biblioteca do Desenvolvimento Pessoal).



FIQUE POR DENTRO


Psicanálise, hipnose e técnicas de relaxamento


Derivada do grego sos= harmonia; phren =consciência; logos = estudo, etimologicamente Sofrologia significa estudo da consciência humana. Desenvolvida pelo médico e pesquisador colombiano Lazaro Alfonso Cayedo, em 1960, é uma ciência médica que estuda e investiga como estimular as forças responsáveis pela harmonia biológica do ser humano, conforme definição da Escola de Somatoterapia e Sofrologia da Universidade de Tours, na França. Ao longo dos anos a Sofrologia desenvolveu uma concepção própria de ciência, ou seja, representa uma síntese das técnicas de relaxamento orientais, a exemplo do Yoga e o Budismo Zen, assim como da psicanálise e da hipnose.


A nível terapêutico, a prática é reservada aos profissionais de saúde (como terapia única ou complementar) para aumentar a resistência do paciente, ajudando-o a conquistar uma atitude mais serena e de maior tolerância em relação as agressões externas provocadas por uma enfermidade. Também pode ser aplicada a nível sócio-profilático por profissionais das ciências humanas e todos aqueles que tenham possibilidade de exercer uma ação positiva nos diferentes grupos sociais. A nível pedagógico, os professores podem utilizar as técnicas sofrológicas com segurança de forma a reforçar as capacidades intelectuais do indivíduo, a exemplo da concentração, aprendizagem e memória.


CONSCIÊNCIA


"Ao controlarmos nosso estado de consciência, podemos ter uma visão mais positiva do mundo"."A linguagem não-verbal é transmitida pelas expressões corporais. A consciência nos ajuda a mudar atitudes".


(Willian Bonnet, Psicólogo e sofrólogo)



A OPINIÃO DO ESPECIALISTA: TEREZA MARA VALETTE (Terapeuta sofróloga formada pelo Instituto Catholique de Paris)


Experiência de vida


Conheci a Sofrologia em 2000, através de uma amiga francesa que estava em processo de cura de um câncer. Depois de vários exames o diagnóstico final: ossosarcoma. Os médicos em Toulouse, França, estimaram de 6 meses a 2 anos de vida. Ela se submeteu aos tratamentos de rotina (quimioterapias, etc.), e ainda no hospital ouviu falar de uma cura por desintoxicação realizada em alguns hospitais de Pequim, na China.


Logo que recebeu alta, tomou um avião e foi para Pequim, onde passou 2 meses em tratamento. Ao final da desintoxicação ela perguntou em que local na França poderia encontrar apoio terapêutico para continuar o tratamento. Seu médico chinês informou que a partir daquele ponto bastava que ela procurasse a Sociedade Francesa de Sofrologia e entrasse em contato com o sofrólogo mais próximo da sua cidade para continuar o que ele havia começado. E assim ela fez.


Curou-se completamente do seu câncer e vive muito bem com a vida e com ela mesma. Ao vê-la tão bem interessei-me pela Sofrologia e procurei o Instituto Europeu de Pesquisas em Sofrologia e Psicoterapia para fazer minha formação. Foram três anos duros de estudo, mas valeu a pena. No primeiro ano estudamos a Sofrologia como ciência de cobertura do sintoma; no segundo foi a Sofrologia de descoberta, que aplicamos quando há recidiva de sintomas e, finalmente, no terceiro, um ano de prática dedicado para escrever a tese.


Escolhi escrever sobre saúde psicossomática. Talvez pelo próprio imediatismo cultural em que vivemos hoje, esquecemos das noções básicas de saúde. Basta observar o desespero dos pais se seu bebê tem uma simples febre. A Sofrologia veio então ocupar um lugar importante na minha vida em função dos bons resultados. E eu me sentia imensamente feliz em poder suavizar a dor. Permaneci ainda até 2007 em Paris, trabalhando no IERSP, com o Prof. Théodore-Yves Nasse.


Giovanna SampaioEditora


Matéria retirada do Jornal Diário do Nordeste. Clique aqui para acessar o link na página do Diário do Nordeste.





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